Caleidoscópio
Tapo os olhos com muita força e do escuro estalam jogos de luzes como fogo de artifício no girar de um caleidoscópio. Nada mais vejo que estas ilusões do meu cérebro. Mas é assim viver. Montanha-russa, os teus dedos tatuagem vermelha na minha mão, sensações até ao orgasmo da vida. O meu corpo não é um sistema formatado de ordens e regras, é uma explosão cósmica, estrela cadente, átomos e moléculas em choque e metamorfose, não digerem sopa nem processam horários. Não vou conseguir ser autómato por mais que o caminho do dinheiro e acordar sem medo seja por aí, a estrada sabe-me melhor se puder fazer a curva no último minuto e viajar por sítios a que nunca fui e posso nem voltar. Para o mundo o dinheiro e o amor só importam quando são trocados. A vida só treme na pele e explode em lágrimas quando morre. Para mim não. "Cada dia é uma pequena vida", e deixo que morra se quiser, o marasmo assusta-me mais. Quero ser sempre mais e menos como uma pilha que mesmo perto de se esgotar, dá tudo da sua energia.
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