Noite

Pálpebras saltam como molas e os olhos ansiosos percorrem as paredes difusas no breu, o universo infinito que é o meu quarto de luz apagada. Fiel, vigio cada minuto cúmplice da noite, como se só a mim fosse capaz de revelar um grande mistério. Distraída passo a madrugada sem o peso de sentir. Sou apenas eu e as fantasias que desenho e apago. Não é angústia nem fantásticos sentimentos poéticos ou existenciais. O mundo deslumbra-me e em mim discutem vozes diferentes e curiosas. Fico a escutar a sua animada conversa. E a noite desvanece-se aos poucos, o compromisso com a rotina do Sol não a deixa ficar mais tempo comigo. É hora dos corpos apressados ligarem o seu autómato e o Sol é quem faz soar os despertadores. Até mais logo, minha querida noite.

Comentários

AR disse…
as insónias fazem nos viver de noite...e incapacitam-nos de viver o dia.
=)
bjão`***
Marta disse…
e ha noites que parece que não acabam, em qeu o sono não vem e nos doi o musculo mais sensivel de todos ...essa mola que nos faz pensar..