pueril

Ela gostava tanto de brincar com as crianças, mesmo que já fosse crescida, ia ter com as pequenas e lá jogavam infindáveis horas. As crianças sempre tinham sentido um certo carinho pela sua personalidade desvairada. E faziam cavalinho cavalinho. Ela brincava às barbies e sorria (como era difícil agora que era crescida) e elas tinham tanta imginação. Faziam-na sorrir, as crianças. Um sorriso que hoje deixou escapar por entre os dedos, tal e qual água, escapulindo-se pelas mãos. O sorriso talvez estivesse escondido atrás da televisão ou dos sonhos que a acompanhavam para qualquer lado, livro de bolso da sua vida. Ai, como ela gostava de voltar à infância cada vez que se encontrava com aquelas suas amigas crianças. E na altura já tinha os seus 18 ou 19 anos. E elas ensinavam-lhe tantas coisas. contavam-lhe a verdaade sem medo de a criticar. Abraçavam-na e por vezes reclamavam a sua companhia. Ela gostava tanto de lhes contar histórias para dormir, embalando-as devagarinho dentro da sua doçura. Beijando o nariz como os esquimós, jogando e montando peças que a completavam a si mesma. Foi há tão pouco tempo e parece tudo tão eternamente longe. Agora fazia-lhe falta esse riso de crianças e esse abraço de mãos pequeninas. Ela está tão triste, sem ninguém a quem contar da sua tristeza, ou sem saber como a mostrar. Ela gostava tanto dessas crianças. Ela gosta tanto de estar com elas no seu reino. Ainda há muitas crianças lá em casa pedindo para fazer desenhos. Mas aquelas meninas e o brilho nos seus olhos ela jamais irá esquecer. Foi para elas como alguém de família e sente saudades.

Comentários

Fátima disse…
ela é do mais puro que existe. =)*