Conditio sine qua non

A pergunta filosófica emerge na sua singularidade. O que é importante? De cada coisa que fazemos, de cada gesto ou palavra no seu tempo e no seu contexto? Os pensamentos que conjugamos na perversidade das mentes, (in) confessáveis, quando as artérias ameaçam estourar, e os neurónios espalharem-se pela estrada, afinal fomos atropelados por pensamentos. Quero uma receita para não pensar, afundar a cabeça na almofada, fechar os olhos e as janelas do cérebro, anestesiada de mim sem sonhar contigo (sim, tu, o medo) ou com este mundo excomungado de si mesmo. Esquecido da condição essencial da vida: a alma mater de cada coisa. O brilho escondido, trunfo das nossas vivências. Bato com os pés como se executasse um sapateado enquanto se escutam gargalhadas, nos outros prédios que lentamente apagam as luzes do prédio para dormir. Só eu permaneço inquientamente acordada na escuridão. Pensando sem fazer barulho para não acordar as inseguranças, que teimam em apertar-me a mão com força até quase ficar roxa. Em voo picado lanço-me para a cama, viro-me de um lado para o outro, ora mariposa, ora bruços, nadando na minha cama numa piscina de pensamentos entos entos entos entos entos entos. Alucinação, sono, queda, sonho, fim.

Comentários

Anónimo disse…
É antes de adormecer que os pensamentos mais longínquos e inesperados nos ocorrem..aqueles que insistem em ocupar um espaço a toda a força
T. disse…
insónia.

aah vcs dão cabo de mim, tive que fazer uma maratona para ler tudo o que ainda não tinha lido! sim tb é verdade que tenho estado ausente e tal..ms tou de volta. E adorei each and everyone dos textos! =D

congrats**
Fátima disse…
e como dói adormecer por vezes sabendo que no outro dia ao acordar vai estar tudo igual. =\