running away from the sun

O sol está a perseguir-me. Disse ela em olhares-gargalhada. O sol parado na sua luz incandescente de fim de tarde. O movimento pelo movimento das coisas. Tornava ridículo aquele sorriso sobre uma perseguição policial com o sol como protagonista. Mas o sorriso dela não era ridículo. Era mergulhado de estrelas e hipóteses. A cada sorriso uma hipotética razão à escolha. Tinha um sorriso para quando estava feliz ou quando fingia estar feliz. Cada um peculiar para quem conhecesse os seus gestos e se desse ao trabalho de prescrutar o mais íntimo da sua alma. Na partilha atabalhoada de tantos sentidos. E o sol que continuava parado, veria a rapariga sorrir ainda mais uma e outravez enquanto fugia dele e de tantas outras coisas que não sei contar.

Comentários

Fátima disse…
bate sol levemente como quem chama por mim=D