O milagre da vida
Entrado naquele quarto fechei a porta, olhei ao fundo onde repousava aquela criatura doce. Remexia-se em espasmos e espreguiçadeiras num sono profundo, como se quisesse compartilhar algo, reproduzia suspiros suaves, em deliciosa acalmia.
Dei por mim, inerte, contemplando aquele espírito imaculado que dormia em seu leito, enclausurado ali comigo, naquele quarto que outrora me parecia tão simplório e sem vida, paredes baças e sem alegria, eu achava horrível, subitamente as paredes daquele quarto ficaram mais belas, decerto consequência do sol que começara a reflectir os seus raios para o interior, fazendo com que a mesma se tornasse mais luminosa aos meus olhos, não sei. A criatura continuava dormindo e pouco a pouco, era tomado por uma letargia que fazia com que ficasse imóvel a olhar aquele ser, que os meus olhos não se cansavam de observar. Parecia que o tempo, já não era tempo, dentro daquele quarto imaginava uma linha contínua da minha vida, que percorria toda a beleza do que via naquela cama, e que continuava reflectida nos meus olhos.
Minha mente começara então a fazer como que um quadro abstracto de todo aquele cenário que para mim parecia maravilhoso. Dava vontade de pegar um pincel, fechar os olhos, e desenhar os singelos contornos do que via, bastaria certamente uma tela a preto e branco, pois a pureza daquele bebé indefeso, fazia parecer tudo muito transparente.
Ele continuava a dormir no seu mundo de sonho, eu reagia, abandonava o quarto e agradecia. O milagre da vida.
Dei por mim, inerte, contemplando aquele espírito imaculado que dormia em seu leito, enclausurado ali comigo, naquele quarto que outrora me parecia tão simplório e sem vida, paredes baças e sem alegria, eu achava horrível, subitamente as paredes daquele quarto ficaram mais belas, decerto consequência do sol que começara a reflectir os seus raios para o interior, fazendo com que a mesma se tornasse mais luminosa aos meus olhos, não sei. A criatura continuava dormindo e pouco a pouco, era tomado por uma letargia que fazia com que ficasse imóvel a olhar aquele ser, que os meus olhos não se cansavam de observar. Parecia que o tempo, já não era tempo, dentro daquele quarto imaginava uma linha contínua da minha vida, que percorria toda a beleza do que via naquela cama, e que continuava reflectida nos meus olhos.
Minha mente começara então a fazer como que um quadro abstracto de todo aquele cenário que para mim parecia maravilhoso. Dava vontade de pegar um pincel, fechar os olhos, e desenhar os singelos contornos do que via, bastaria certamente uma tela a preto e branco, pois a pureza daquele bebé indefeso, fazia parecer tudo muito transparente.
Ele continuava a dormir no seu mundo de sonho, eu reagia, abandonava o quarto e agradecia. O milagre da vida.
Comentários
E que amor mais terno do que por essas criaturas?
Prometeu
Ainda assim, peço desculpa por ter tentado ser útil; apenas não peço desculpa por ter dado a minha opinião sincera, que a resposta em nada vem mudar.
Prometeu