São bocadinhos
São bocadinhos. São bocadinhos de amor, de magia e de luz. São bocadinhos em que me dás a mão e sorris para dentro dos meus olhos. São bocadinhos de magia em que me lês mesmo antes de eu escrever. São bocadinhos de amor em que me abraças e fazes o mundo desaparecer. São bocadinhos de luz em que me fazes rir e reencontrar o meu sorriso, perdido em bocadinhos sem ti. São bocadinhos de sextas à noite no cinema, sábados em Sintra e domingos na praia, são bocadinhos de férias a correr entre este lado da fronteira e o outro, entre montanhas-russas de olhos fechados e museus de olhos arregalados, são bocadinhos que até podem ser mais que bocadinhos mas que nos fogem como aquele filme tão bom de três horas que parece que só foram dez minutos. Às vezes são bocadinhos tão bocadinhos que em texto seriam um fax, um telegrama, frases de jornalista com ponto final à vista. São bocadinhos que deviam ser frases do Saramago para serem sempre vírgulas e nunca pontos finais com carros a desaparecer na esquina e eu sozinha outra vez. São bocadinhos tiranos de um tempo que nos foge. Mas é por esses bocadinhos que eu espero todos os dias, todas as semanas, bocadinhos de amor, magia e luz, que enchem de saudade os bocadinhos vazios que passo sem ti.
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