A estrela pequenina

Era uma vez uma estrela pequenina que sonhava ser Sol. Nasceu com aquela mania, nada a fazer. Estrelas somos muitas, pensava ela, sou igual a tudo, uma noite vou ser dia e ser Sol. As outras estrelas, invejosas, cujos sonhos se tinham apagado há muitas noites (e toda a gente sabe que os sonhos é que dão brilho às estrelas), contaram ao Sol, que, na sua arrogância de ser Sol, ordenou a todas as estrelas que ao nascer daquela noite tapassem a estrela pequenina e não a deixassem brilhar. E foi assim que fizeram, as estrelas más. Ao nascer daquela noite, a estrela pequenina acordou e procurou um espacinho no céu para brilhar, mas as estrelas apertavam-se e não deixavam a estrela pequenina iluminar nem o bocadinho mais pequenino de noite. A estrela pequenina, triste, chorou, chorou muito, e as estrelas más riram de satisfação, porque uma estrela triste não brilha. Até que a estrela pequenina engoliu as lágrimas e fez força para brilhar o mais que conseguia. Mordeu os lábios, fechou os olhos, cerrou as mãos, e a noite fez-se dia. As estrelas más, loucas de raiva, procuraram a estrela pequenina pelo céu-noite feito dia, até que viram uma bola gigante e iluminada pendurada no céu mais alta que elas, mais brilhante que elas, mais forte que elas. A estrela pequenina tinha nascido Lua. E naquela noite em que se fez bola gigante e iluminada, rival para sempre do Sol, prometeu iluminar para sempre as estrelas pequeninas como ela, que tantos Sóis e tantas estrelas más tentam tapar. Para sempre seria a confidente dos sonhos das estrelas pequeninas, como ela.

Comentários

Anónimo disse…
Gostei! Axo que deves apostar nestas pequenas histórias! =)
Raquel
Anónimo disse…
Adoro estes contos que escreves :)
Keep it up! :)

Anonimo ma n mteeee :P