Arco-íris
- Não saias agora, está a chover.
- Eu sei... e depois? Olha o arco-íris! E tão perto.
- Vais ficar constipada.
- Oh. O arco-íris acaba mesmo atrás daquela casa. Desta vez tenho a certeza. Vou lá. Se não queres ir, vou eu.
E sair, encharcar os ténis, as meias, os pés, as calças compridas e largas que arrastam no chão, na água suja e na lama. Andar pela rua com um estranho guarda-chuva às flores, por baixo de nuvens teimosas e gotas de água geladas que arrepiam a pele descoberta entre o casaco e aquele pequeno guarda-chuva. E um arco-íris tão longe e tão perto, e querer abrir os braços entre a chuva miudinha e o vento fraquinho, saltitando pelas poças de água.
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