Torpes emoções
Sou emoções a conta-relógio, sempre prestes a explodir de tão ansiosas e intensas, atropelando-se violentamente. O coração parece martelar os dedos a necessidade fulgurante de não parar. Vivo rápido demais, hoje roubaram-me um ano de irresponsabilidade e amanhã tenho de trabalhar, afinal não soube desistir, atrasar teorias de exame de vida marcado ou fugir.
Ziguezagueei pela inconsciência sem me perder, à beira do desastre sempre me segurei - mas só no último segundo, triunfal, como os heróis nos filmes. Noites enlouqueci farta de fingida perfeição e insana me embriaguei até não me sentir. De mãos nervosas o copo esvaziava esquecendo-me de ser até ao fundo transparente, onde descobria o meu desfocado espelho, olhos desistindo de abrir. Desfocada estava já essa torpe e frágil barreira de loucura, mas maior era o desejo de a quebrar, de me desafiar.
Deambulando ruas arrastadas de riso louco e genuinamente feliz valia a pena o fulgor ininterrupto de cada dia. Cada noite como cada dia, sim, vivida até à vertigem do sono, o sol tão oposto à lua. Acelerei a vida porque me parecia fugir, porque não tinha tempo para ela. Live fast, die young.
Comentários
Beijos e boa semana*
(mais uma vez obrigada pela "nomeação")
Silence 4
=)