Estrada

Agora os meus pequenos pés são poderosos pedais e empurram-me tão longe quanto quero ir, onde nem sei chegar. Talvez o saibam melhor que eu. A cada arranque o corpo oscila convulso atirado contra o banco ou o volante. Não estou só a conduzir até ao médico, sinto a turbulência de mim na velocidade com que me movo. Sou a máquina. Acelero o motor nervoso do coração por entre ruas e ruelas desesperadas de refúgio. Ou longas auto-estradas em que exagero a loucura pelo infinito horizonte. Não tenho travões.

Comentários

Susana disse…
Não pares...!*
Marta disse…
Cuidado com o motor:P
AR disse…
Estamos em mutação; as tuas palavras espelham a nossa fusão com a técnica.

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