Entrelinhas













Eu vivo no mundo das palavras,dos parágrafos, das metáforas. Eu vivo num mundo de almas incompletas e de mão abertas . Eu vivo num mundo de sonhos e fantasias: de Darcys e de Lizzies, de pianos imaginários e de realidades paralelas. Eu vivo num mundo de sentimentos e sensações. Eu vivo num mundo do qual agora fazes parte. E não te vou dizer as palavras banais de sempre.Apenas sinto vontade de te mostrar o meu mundo por dentro e do avesso, de te levar comigo ao meu moínho de sonhos à beira rio e te beijar debaixo dele. De correr bem depressa e rir até ao fim das gargalhadas. E o teu sorriso fica sempre preso nalgum fio do meu pensamento, nalgum pedaço de mim que vou desenrolando. O teu sorriso que é aquele lugar onde todas as coisas fazem sentido. Como se ao sorrires trouxesses a manhã dentro do teu sorriso. Não és especial, porque te peço originalidade. E especiais foram os outros. Ès tu, não sei se adoro, se gosto de ti, não sei, porque as palavras pouco dizem. Não sei. Apenas te trago no meu olhar, tento descobrir contigo a beleza das coisas que já julgávamos perdidas. Pega-me na mão e foge comigo. Foge comigo para um lugar onde as palavras não magoem, onde os sentimentos não se partam, não se estilhacem, não percam o prazo de validade. Foge comigo para um sítio onde possamos esquecer, onde haja uma caixa para guardar as coisas do passado e despir os medos. Leva-me ao colo e olha-me nos olhos. Leva-me para uma praia qualquer e ensina-me as constelações. Ensina-me a ser simples. Ensina-me a sentir os meses como se fosse um único dia, este dia que é nosso. Não tenho mais para te dar senão estas palavras. Para que não importa o que o tempo nos reserve elas permaneçam mesmo que tudo o mais desapareça. Uso as palavras para passar a perna ao tempo e à imperfeição de que todos humanso padecemos. Fica comigo esta noite. Fica. Fica e ouve as minhas lágrimas. Fica e beija os meus sorrisos. Adormece enfim no meu colo e sente apenas isto. Esta mistura de coisas que fazem a pele queimar e a boca se perder nas histórias de outra boca. Sussurra-me ao ouvido coisas que nunca tinhas dito a ninguém. Traz no cesto do piquenique essa criança que há em ti. Amua e chora para rir logo depois. E os sentimentos como rebuçados de morango, eu dou-te um tu dás-me outra. Deitamo-nos na relva e eu digo um disparate qualquer. Fazemos um jogo e eu ganho e depois perco. Dizes que gostas de mim e eu nem ligo, fico a saborear o meu capuccino e a imaginar imagens nas nuvens. E lá estás tu na última nuvem da direita.










E lá estou eu na primeira nuvem da esquerda. A tua nuvem parece o barco do peter pan e dos meninos perdidos. A minha nuvem é um carrossel. O meu mundo é este. De uma dança sem coreógrafos, de uma actriz sem papéis decorados. E rodopio nos teus braços ao som de uma música dos clã. E imagino-te ainda vestido de cavaleiro na minha porta. Talvez os sonhos possam ser de verdade. Como o pinóquio que se transforma em menino. Mas não faz mal. Vivo no meu mundo de cantigas infantis e de de cabelos ao vento.

Comentários

Fátima disse…
Sinceridade. Não esperar nada. Simplesmente sentir. É como saltar num trampolim. É louco, e como por magia sabemos que não vamos cair. =)
Fátima disse…
épá, não pareces a segunda nuvem da esquerda. é mais a quarta a ocidente.
Anónimo disse…
Gosto do teu mundo! Mundo de fadas e pózinhos mágicos ;)
m. tiago paixão disse…
;) muito bonito este texto! simplesmente bonito, um simples nada simples, como deve ser...
bj
Anónimo disse…
Podendo escolher qualquer coisa,
para dizer te coroaria:
a_do_rei!