A nossa música
Sentia-te a desafinar a minha música preferida, porque ela era toda tu. Já não a conseguia ouvir. Já não TE conseguia ouvir. A cada dançar de palavras na melodia te ouvia, a tua voz por entre as ondas, e eu de olhos fechados de lá para cá, embalada na (nossa) música.
Tudo começou quando te atiraram água à cara, e tu pensaste que tinha sido eu. Assim preferias acreditar, porque me perdoarias mais facilmente que a um qualquer invasor dos nossos mares. E sem querer disseste que já não querias cantar a minha música. Sabes como sou sensível com as minhas músicas. Não gostar delas é não gostar de mim.
Virei-te as costas antes de me virares as tuas. Continuavas a duvidar de mim. Mergulhei para longe e o mar disfarçou as minhas lágrimas. Subi a uma rocha e ali fiquei lançando-te relâmpagos de raiva, o meu olhar ardia de fúria: doeu e tu não pedias desculpa. Ao longe gritavas qualquer coisa que eu não conseguia (nem queria) ouvir. E ignorava as tuas caretas de grito e saudade. Estava tanto frio naquela rocha, era a mais alta daquela costa. E era escorregadia. Tanto que comecei a deslizar, a deslizar, até sentir o arrepio do meu peito na água. Deixei-me ficar, enquanto o mar dançava comigo até adormecer. O mar anestesiou o meu orgulho. E acordei a ouvir-te cantar. A minha, a tua, a nossa música.
"(...) You know where you've sent her
You sure know where you are
You're trying to ease off
But you know you won't get far
And now she's up there
Sings like an angel
But you can't hear those words (...)"
Unforgivable Sinner, Lene Marlin
Tudo começou quando te atiraram água à cara, e tu pensaste que tinha sido eu. Assim preferias acreditar, porque me perdoarias mais facilmente que a um qualquer invasor dos nossos mares. E sem querer disseste que já não querias cantar a minha música. Sabes como sou sensível com as minhas músicas. Não gostar delas é não gostar de mim.
Virei-te as costas antes de me virares as tuas. Continuavas a duvidar de mim. Mergulhei para longe e o mar disfarçou as minhas lágrimas. Subi a uma rocha e ali fiquei lançando-te relâmpagos de raiva, o meu olhar ardia de fúria: doeu e tu não pedias desculpa. Ao longe gritavas qualquer coisa que eu não conseguia (nem queria) ouvir. E ignorava as tuas caretas de grito e saudade. Estava tanto frio naquela rocha, era a mais alta daquela costa. E era escorregadia. Tanto que comecei a deslizar, a deslizar, até sentir o arrepio do meu peito na água. Deixei-me ficar, enquanto o mar dançava comigo até adormecer. O mar anestesiou o meu orgulho. E acordei a ouvir-te cantar. A minha, a tua, a nossa música.
"(...) You know where you've sent her
You sure know where you are
You're trying to ease off
But you know you won't get far
And now she's up there
Sings like an angel
But you can't hear those words (...)"
Unforgivable Sinner, Lene Marlin
Comentários
(...)
"You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water, you're just like a dream
Just like a dream
Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
I found myself alone
Alone
Alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Just like heaven"
The cure
(só de ver a letra quase começo a chorar!!)
a musica fica sempre, ela sim, fica sempre
(lembraste me de ouvir lene marlin... mas a disguise, tem mais a ver comigo)