Abismo
Já não estremeço quando o teu cabelo me tapa o Sol. Quando apareces sem aviso no meio de toda a gente, já não falo pró ar para que se riam comigo, não contigo. Olho-te de frases curtas, olhas-me vazio. Olhamo-nos de pontos finais. Estou do outro lado da montanha, fito-te desafiante pra que saltes, mas sabes, o abismo é grande. Abismo de saudade ou voz engolida. Nessa falta d'ar de não saber que dizer. Nessa garganta funda de silêncios. Longa de mistérios. De procurar até ao fundo algo que nos ligue. Sem encontrar. Porque nunca me conheceste. Apaixonaste-te sem mais nada, eu não. Eu quis-te descobrir, tu querias-me engolir. Quando percebeste que eu não podia ficar sempre no teu colo, tiveste medo. O teu quarto sempre foi grande demais, dizias tu, "Preciso de cor e não gosto de posters, podes ficar aqui?" Não pude.
Hoje estava cansada, desisti de os fazer rir quando chegaste. Deixei de fingir que estava entretida pra não te ligar. E tu fizeste-os rir, mas a tua voz tremeu. Eu senti.
Hoje estava cansada, desisti de os fazer rir quando chegaste. Deixei de fingir que estava entretida pra não te ligar. E tu fizeste-os rir, mas a tua voz tremeu. Eu senti.
Comentários
como é que escreves estas coisas?
beijinho*
Inspirada como sempre, num é?
***
Mais um post daqueles...Que se relêm...
Bjinho*
Bom fim-de-semana
Os homens são simplesmente básicos, se os quisermos amar, tem de ser como eles são e não como a gente quer que eles sejam! (é provável eu já ter dito isto aqui umas mil x's, é fácil, de facto, falar...)
paz em ti***