Mar

O mar era enorme e engolia tudo. As crianças a casa e o vento. O mar era espuma, e no fundo do mar escondiam-se tesouros que o Homem não conhecia. Um jardim aquático estendia-se em quilómetros de águas salgadas. Peixes multicores povoavam os risos melodiosos da água. E a poesia brotava das rochas e das guelras dos peixes. E erguiam-se mitos com formas de sereias e nereidas. A poesia tomava forma nas palavras e falava do mar. E o mar povoava-me por dentro. Dentro do mais dentro que há em mim. Enchia-me de mundos de paz e vida. Os Homens continuavam a procurar o ouro e a fazer dele riqueza. Depois quiseram matar os peixes. Quiseram matar a poesia. O mar sem fim à vista. Azul tão azul. Lembro-me tão bem daquele mar tão azul. As ondas dançantes e o mistério. Quantas lágrimas teriam sido choradas para fazer um mar assim tão grande e imponente? E que fizeste tu mar para que te queiram a tanto custo matar?Que fizeram essas criaturas que te habitam para as quererem fazer desaparecer? Sophia canta-te nos versos. Também eu gostava de voltar àquela praia, e morrer a olhar-te. E adormecer na areia de fadas onde construí castelos. A tua água purifica-me, brinco nas tuas ondas ainda. Virão outros que em ti se banharão. A lavar medos, a soltar suspiros. Ès meu e no entanto não és de ninguém. Possuo-te neste momento em que os meus olhos se tornam olhos-mar. E tenho o mar nos olhos.

Comentários

Fátima disse…
oceanário com versos de Sophia por todos os aquários!! =P

"quando morrer virei buscar os meus restos ao mar"... something like that...
delusions disse…
que lindo...sereno como o mar também é...

bjs*
AR disse…
mar nos olhos!!! brutal!
=)

é muito sal...
Fátima disse…
e muuuitos mergulhos! =)