A porta

Fecha a porta,
Deixa os teus dedos-chuva
Escorregarem neste asfalto-corpo,
Fiquemos neste cubículo,
Quatro paredes,
Mas fecha a porta,
Deixa os fantasmas baterem as cabeças nas paredes,
Deixa o medo escapulir-se pelas frestas
Ama-me como se o amanhã não chegasse,
Bate as portas da inocência perdida
Congreguemo-nos à volta da pureza de ser,
Nus de mentiras,
Na luz cruel com que nos tentaram inventar
Pisemos as mágoas,
Como se pisam trapos velhos
De que nos serve o passado?
Remoer hipocrisias,
Chorar lágrimas contidas,
Despejar os sapos que engolimos,
Fecha a porta,
Fica comigo,
Consegues......?

Comentários

Fátima disse…
Vamos fechar a porta à dor, ao sofrimento, e também à inveja, à maldade, à falsidade e à mentira, e viver num quarto de cores e sorrisos de magia, sentindo a amizade que nos une, sentindo o calor da nossa cumplicidade...
Daniel Cardoso disse…
O que não se consegue quando o amor é real? Ou quando o desejo é muito forte? (A propósito, "nus" não leva acento. ;))

Bonito poema.

Prometeu
Daniel Cardoso disse…
E o que seria de nós sem a tua intolerância a críticas e outras idiotices afins? A menos que te julgues perfeito e infalível...