È uma tanga!
O amor é uma grande tanga. Dizes tu no fechar de uma conversa. Que abre logo outra. Lembras-te que te disse que queria escrever textos daqueles que fazem rir? Textos com cócegas de brinde. Mas acho que não sou capaz. Porque fiquei a pensar na tua frase de tanga, sobre a treta, a merda que é o amor. E vim com ela no comboio. E ela veio comigo no carro. E ainda ali estava quando me sentei na cadeira. Inerte, silenciosa, expectante. Mergulhei nos “para sempre” que não passaram de “por agora”, nos “amo-te” que não passaram de reles histórias de engate, mais velhas que a avózinha. E o lobo mau quer comer o capuchinho. Sim, eu gosto de contos infantis. E lá está o lobo mau À espera para entreter a avózinha e comer o capuchinho. Só que quase nunca aparece um lenhador para resgatar as pobres criaturas da barriga cheia do lobo. Às vezes o amor está na barriga e não no coração. E quando o amor está abaixo da barriga?
No fim o capuchinho vai com a cesta vazia para casa. A chorar com ar perdido. Nunca servem de nada as lágrimas. Deixam tudo vazio na mesma. Pra que é que estamos sempre à espera de velas e flores e lamechices despropositadas? E a cada nova desilusão não deixamos de acreditar nisso. Mesmo que as frases feitas nunca mudem. Ficamos com olhinhos de carneiro mal morto numa espécie de “auto-éden”, de nirvana, a sentir todo o nosso corpo balançar e a achar aquela pessoa À nossa frente tão perfeita e a sentirmos tanto medo que ela entenda esse nosso medo. De que ela nos critique, nos ache feios, medo de que nos veja despentados, com as unhas grandes. Um dia acabam os medos. Puff. Essa pessoa farta-se de nós. Fez-se o chocapic. Mas já não temos chocolate. Dizemos “estou-me a cagar” e viramos as costas. E lá vai mais um amor pela janela. De repente passamos de Deuses a Bruxos e sentimo-nos as pessoas mais horríveis deste universo numa parafernália de ideias estapafúrdias. “Ele é um cabrão”. “Ela é uma vaca”. E do amor só restam insultos e versões mal contadas e recontadas.E recontadas. E recontadas. E recontadas. Ups. O gravador avariou. Fico num cantinho escuro a pensar nestas coisas. A comer bolachinhas e a molhá-las no leite. Num refúgio só meu. Grande tanga mesmo. È a porra da vida. Pequenos prazeres e grandes sofrimentos. Pequenos momentos de grande felicidade em troca de dor e sofrimento. Vendes a alma ao diabo. Todos os dias. E um dia esqueces ou finges que esqueces. Que inferno! C’est la vie! Sim..sim... ah e tal a vida! Pronto não me apetece escrever mais.
Comentários
e um grande post. uma conversa. conversas nossas ninfa, descobrindo a tanga do amor no meio das nossas lamechices. e porque é que temos a mania que somos poetisas? estes posts são muito mais giros!!! (e verdadeiros...)
e mais nao digo!!
obrigado por tudo
always atentuuu agente codfish__
NAO percam tb o
pefo.blogspot.com