Já não és o meu mundo azul...
Ainda não te consigo chamar pelo nome, mas já apaguei o azul do teu beijo. Já não sinto a tua falta, porque desapareceste com o céu azul e deixaste a tempestade, a noite que amanhecerá em arco-íris. Mas sim, ainda não te consigo chamar pelo nome. Mentiria se dissesse o contrário. Como se pode dar um nome, banal, vulgar, ao bater melodioso de um coração num olhar, à alma que grita por um beijo? Como se pode dar um nome, que tantas bocas podem pronunciar, que tantas bocas podem chamar, a uma melodia que era eu que tocava, e cantava? Era eu a tua boca, o fogo que vivia em ti, era eu a magia de um sonho azul... Mas aspiraram da tua alma o brilho de uma paixão azul forte, azul-céu, azul-mar, azul-coração, e hoje já não te posso chamar o meu mundo azul... e ainda não te sei chamar mais nada, mesmo tendo perdido a ânsia do calor da tua voz... E eu sei, eu sei que a culpa foi do meu olhar castanho tremeluzente, inquieto e nervoso. Eu voava contigo no nosso beijo arco-íris, mas sozinha perdia todas as cores e só sabia a cinzento... e tu viste o meu olhar castanho tremeluzente cada vez mais cinzento, e também perdeste o teu azul. E agora dói porque já náo somos o pôr-do-sol no mar, dia de Verão... Somos a neve na montanha verdejante, a chuva do primeiro dia de Outono...
E tu és o Sol escondido entre a nuvem que sou eu, tu desapareceste na sétima onda, a maior... tu deixaste de brilhar por causa do meu olhar tremeluzente, que afinal era o medo que eu nunca tive de perder o teu calor, o meu Sol de Verão. O medo que afinal tornou a minha alma um lago gelado, em que todos os narcisos desapareceram...
E tu és o Sol escondido entre a nuvem que sou eu, tu desapareceste na sétima onda, a maior... tu deixaste de brilhar por causa do meu olhar tremeluzente, que afinal era o medo que eu nunca tive de perder o teu calor, o meu Sol de Verão. O medo que afinal tornou a minha alma um lago gelado, em que todos os narcisos desapareceram...
Comentários
Beijos
Kathy