Filme alice (resposta atrasada)
Ela era a Wendy. Tu és o Peter Pan. Tu não querias crescer. Não querias entender. Ficaste À espera que ela voltasse, na tua pequena terra do Nunca, onde mantiveste os mesmos gestos, quiçá as mesmas palavras, com medo de a perder. Tudo em ti escureceu, como as ruas, como os dias cinzentos do Inverno. Esperaste-a vestida com a mesma roupa, amarrotada talvez, porque ninguém a passou a ferro. Inspeccionaste as ruas com o teu Big Brother particular, com câmaras a invadir a cidade, mas sem audiências. Todos te sabiam derrotado, mas deram-te como vencedor. Ninguém se atreveu a entrar no teu pequeno mundo e sacudir-te para que acordasses. Tu amavá-la. Tu ama-la. Ela saiu de ti, tem os teus traços, jogaram as mesmas brincadeiras. Mas agora ela não está. E tu estás perdido.
A Wendy não volta. Na tua realidade assolapada de sonhos não vês isso. Ela até pode passar por ti na mesma rua. Mas a tua obsessão impede-te de a descortinar. Ela mudou. Fugiu-te. E os vossos rostos tornaram-se desconhecidos. Emudecerias se a visses e soubesses que é ela?Acreditarias? A tua obsessão é tão forte e o teu sofrimento tão profundo que acho que não. Ès um espectro de ti. Fugiste-te. Persegue-la como te persegues a ti.
Medicamentos em cima da mesa, dores que não têm cura. Depressões que não passam. Relógios que fazem tique – taque. Contas os dias no teu calendário “ela despareceu há não sei quantos dias e não sei quantas horas”.
Alice no país das maravilhas. Não.Alice no país das torturas. No país que é o nosso. Onde o medo se arrasta pelas esquinas. Onde pais como tu se arrastam em farrapos. E certos ouvidos tapados com cera, e corações tapados com cimento,que continuam a quebrar a inocência do país das maravilhas, onde moravam as crianças. E a Wendy da terra do nunca tem de aprender a crescer. A crescer ou a morrer? Não há moral. A moral ficou escondida atrás de uma sombra na porta de um armário. A moral está presa por um fio. O amor é mais um fragmento, mais uma página arrancada.
País das Maravilhas. Terra do Nunca. País das Torturas. Terra do Sempre. Sempre dor, sempre mágoa, sempre desesperança. E no entanto sempre alguém com coragem para dar passos, mesmo que esses passos não sirvam de nada e sejam estúpidos como a própria vida. Como é que se vive depois? Depois do dia “D”? Do dia em que levam uma parte de nós?Como é que se vive depois de perder um filho?Vive-se?Sobrevive-se? Ou morre-se num suicídio diário dos nosso cérebros? A morte traz um fim. O desaparecimento deixa sempre uma porta a ranger nos ouvidos . Um “se” que te arrasta para um poço fundo e te leva as forças. Suicidas-te na procura desenfreada. Não comes, não dormes, vegetas como um legume a apodrecer. Alice. Alice. Alice. È a palavra de ordem. Gostava de dizer fim. Mas esta história não tem fim. Depois de ti virão outros com as mesmas dores. E é ridiculamente verdade. Tudo volta ao início.
A Wendy não volta. Na tua realidade assolapada de sonhos não vês isso. Ela até pode passar por ti na mesma rua. Mas a tua obsessão impede-te de a descortinar. Ela mudou. Fugiu-te. E os vossos rostos tornaram-se desconhecidos. Emudecerias se a visses e soubesses que é ela?Acreditarias? A tua obsessão é tão forte e o teu sofrimento tão profundo que acho que não. Ès um espectro de ti. Fugiste-te. Persegue-la como te persegues a ti.
Medicamentos em cima da mesa, dores que não têm cura. Depressões que não passam. Relógios que fazem tique – taque. Contas os dias no teu calendário “ela despareceu há não sei quantos dias e não sei quantas horas”.
Alice no país das maravilhas. Não.Alice no país das torturas. No país que é o nosso. Onde o medo se arrasta pelas esquinas. Onde pais como tu se arrastam em farrapos. E certos ouvidos tapados com cera, e corações tapados com cimento,que continuam a quebrar a inocência do país das maravilhas, onde moravam as crianças. E a Wendy da terra do nunca tem de aprender a crescer. A crescer ou a morrer? Não há moral. A moral ficou escondida atrás de uma sombra na porta de um armário. A moral está presa por um fio. O amor é mais um fragmento, mais uma página arrancada.
País das Maravilhas. Terra do Nunca. País das Torturas. Terra do Sempre. Sempre dor, sempre mágoa, sempre desesperança. E no entanto sempre alguém com coragem para dar passos, mesmo que esses passos não sirvam de nada e sejam estúpidos como a própria vida. Como é que se vive depois? Depois do dia “D”? Do dia em que levam uma parte de nós?Como é que se vive depois de perder um filho?Vive-se?Sobrevive-se? Ou morre-se num suicídio diário dos nosso cérebros? A morte traz um fim. O desaparecimento deixa sempre uma porta a ranger nos ouvidos . Um “se” que te arrasta para um poço fundo e te leva as forças. Suicidas-te na procura desenfreada. Não comes, não dormes, vegetas como um legume a apodrecer. Alice. Alice. Alice. È a palavra de ordem. Gostava de dizer fim. Mas esta história não tem fim. Depois de ti virão outros com as mesmas dores. E é ridiculamente verdade. Tudo volta ao início.
Comentários
Do gajo que não interessa a ninguem....