Musa de (des)ilusão
Solto um grito louco, liberto o meu sufoco. Calaste a minha alma, moldaste-me como a um pedaço de barro virgem. Esculpiste como pela primeira vez uma estátua desbotada do olhar de tantos sóis, suja de mil toques. Uma estátua em ruína por um passado que é presente e será futuro. Desenhaste a perfeição e a clareza que viste na tela surreal e abstracta que sou eu na folha amachucada do teu coração. A cada cor que pintavas em mim a folha sorria e os vincos de sofrimento desapareciam. Quieta, calada, deixava-me ser modelo de candura e beleza, até que o teu olhar cruzou o meu e a prisão confusa de cores da minha alma rebentou e perdeu todo o seu azul. Agora só vês negro, cinza. Olhaste a tua folha e viste sonho, ilusão…olhaste-me e viste pesadelo, desilusão. E a caneta dos teus olhos foi borrando as cores, formas, sorrisos de um alguém que pintaste e não sou eu, uma musa singela e pura que viste em mim.
Comentários
Sara
Prometeu
amiga do humor negro, do sarcasmo... tava mm à espera q fizesses um comentário assim! =P ms fiquei derretida com a cena dos horizontes... ya, uma pessoa ja começa a ver para lá da gordura dos padres na faculdade! deves sentir isso tb! lol ;) thanks sister... kiss*
é verdade prometeu, é mais difícil olhar o cinza escondido nas cores que se amontoam aos nossos olhos...