Chá
Quando o tempo parou, faltavam 11 minutos para o meio-dia. O almoço tardava, entre telefones por sossegar e coisas por contar. Desapareceram dois pequenos olhos do corpo de caixa branca, e a cadeira ficou a girar sozinha. Quadro de Dalí, a sala de trabalho: computadores com olhos. E dali fugiram os pés pequeninos para outras cores, outras caras: cabeças com vestidos pretos iguais e corpo de montra. Chá, por favor. Obrigado. Ah!; as mãos na chávena. Quentes numa sala fria. Anestesia de tudo num mundo sem tempo para nada. E os olhos mergulhados no chá, cheios de lágrimas por chorar. E pelo bar ficou, esquecida no chá.
Pousou a chávena, o toque na mesa cortou o silêncio e acordou os ponteiros. Voltaram os dedos à correria. E os olhos ao computador, corpo de electrões operários incansáveis, coração esquecido. Sempre assim, dia após dia.
"She found a lonely sound
She keeps on waiting for time out there..."
Pousou a chávena, o toque na mesa cortou o silêncio e acordou os ponteiros. Voltaram os dedos à correria. E os olhos ao computador, corpo de electrões operários incansáveis, coração esquecido. Sempre assim, dia após dia.
"She found a lonely sound
She keeps on waiting for time out there..."
Comentários
Obrigado pelo teu comment ha uns meses atras... foi o meu unico ate hoje :)
Continua a escrever, eu continuo a ler.
Pelo menos, o livro continua comigo :) **
=)