Partir
Como é difícil saber onde pertencemos. Na aldeia o bater do coração abranda, cada noite de sono sabe a mil, e a cada esquina descubro-me pequena e insegura aos trambolhões na bicicleta, tão pura e feliz como só uma criança pode ser. Aqui me vejo e encontro, mas também lá longe, onde tantas vezes os dias passam mais depressa, sou eu quem esquece o mundo enquanto escreve e namora cada palavra que faz nascer no teclado, sou eu quando me aninho a ti a cada fim do dia e me vejo nos teus olhos, sou eu que rio e adoro com cada pedacinho do meu ser aquele amor pequenino que nos faz tão felizes. Sou eu, na aldeia ou na cidade, sempre eu, mas como é bom regressar aqui e saber que neste lugar, eu nunca me perco.
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