Filhozes de Natal
Elas estendiam a massa nos joelhos antes de pôr a fritar e a pequenina aguardava, ansiosa, com o açucareiro nas mãos, orgulhosa da sua importante missão. "Sem ti não conseguimos fazer as filhozes! Tens de vir pôr o açúcar", dissera-lhe a avó. E a menina largou prontamente as suas bonecas e correu para a cozinha do curral, no piso inferior da casa, onde se preparavam as filhozes do Natal e se estendiam os enchidos depois da matança.
Assim se passava uma das tardes de que ela, agora, 30 anos depois, mais tinha saudades. A preparar filhozes com a avó e a mãe, para a véspera de Natal, confidente das suas conversas de crescidas sobre isto e aquilo e aquele e o outro, a lista de compras para o dia 25 e as sobremesas a preparar. E como cheiravam bem as filhozes ainda quentinhas. Cheiravam a amor, a família, à saudade das cadeiras já vazias.
Assim se passava uma das tardes de que ela, agora, 30 anos depois, mais tinha saudades. A preparar filhozes com a avó e a mãe, para a véspera de Natal, confidente das suas conversas de crescidas sobre isto e aquilo e aquele e o outro, a lista de compras para o dia 25 e as sobremesas a preparar. E como cheiravam bem as filhozes ainda quentinhas. Cheiravam a amor, a família, à saudade das cadeiras já vazias.
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