coração

O meu coração sofre de claustrofobia. Não suporta lugares fechados e, por essa mesma razão, fui obrigada a entregá-lo a alguém. No meu peito sentia-se demasiado desconfortável, fechado, privadado da liberdade. Entreguei-te, então, o meu coração. Para que pudesses tomar conta dele. Só não me apercebi que o meu coração iria crescer contigo, tornar-se grande, gigante. De facto, era previsível. Um coração pequeno não poderia conter o amor que nutro por ti. No meu coração há uma varanda em particular, na qual se bombeiam palavras e o sangue corre mais acelerado nas veias. Foi onde nos beijámos pela primeira vez. Da claustrofobia do meu coração não há vestígios. Apenas um palpitar acelerado quando o tomas nas mãos. O meu peito não tem coração mas acho que estou bem assim. Enquanto ele pula e avança pelo mundo e descobre as maravilhas de continuar a bater. Talvez, assim, tenha razões que a razão desconhece e bata sincronizadamenhte com a vida durante muito, muito, muito tempo.

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