Como te echo de menos

No corropio dos dias e dos anos que passam tu continuas a ser a candeia acesa que me ilumina as noites. Ontem estava tanto frio mas tu sorriste e nem o vendaval mais destrutivo é capaz de resistir ao teu sorriso. No teu sorriso mora a lua e o sol, unidos numa perfeição mais que perfeita. Se é que isso é possível. Só eu hoje me sinto tão imperfeita, como se as palavras de repente me tivessem abandonado e dito "até amanhã". Só que eu amanhã eu não estou cá, porque fui procurar a minha sombra. Dizem que foi parar à terra do Nunca, mas eu acredito que está para lá das paisagens do Ainda. E hoje sinto-me tão imperfeita e para lá de mim. Olho-me ao espelho e não me reconheço, olho as minhas lágrimas, mas sinto que não sou eu que as choro. Só tu continuas a brilhar para mim e a sussurrar-me ao ouvido que estou aqui. Talvez esteja a perder tempo. Deveria sorrir, mesmo que ao sorrir sinta que alguém sorri por mim naquele espelho pequeno, ao fundo da sala. Só tu ainda me reflectes.

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