A túlipa do teu coração

Inspiraste-me uma e outra vez e a pequena flor, nascida do teu coração, ainda não murchou. Pergunto-me tanta vez se essa flor ainda resiste por minha causa. Suponho que talvez se tenha transformado num jardim, de tão forte que parece ter-se tornado. Passa por cima das tempestades que por vezes nos assolam. Quando o teu coração bate, sinto essa pequena flor ondear ao ritmo de uma brisa sonhadora e sei que é por mim. Porque quando te abraço, quando por fim acaba o tempo das esperas, só aí essa flor desabrocha e acorda. Cada pétala dessa flor do teu coração fui eu que construí. Cada letra do nosso abecedário fomos nós que inventámos. O A não vem a seguir ao B. A primeira letra do alfabeto será sempre a do teu nome, a que mais repito nas noites solitárias da minha vida. Aquelas em que eu só existo por existir. Mas depois tu regressas com o perfume do teu coração, e eu imagino um mar de túlipas brancas e eu a afogar-me nelas. De repente encosto a minha cabeça ao teu peito e quando o escuto, a flor-coração, aberta em janela de par em par, é mais que uma flor. É uma palavra. Diz chamar-se amor. Mas eu continuo a preferir chamar-lhe flor. Ela desabrocha em ti. Mil vezes oferecida, volta a renascer.

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