Versailles

Fechei a porta e deitei-me na cama. Mas não consigo adormecer, não chega fechar os olhos, faltas tu. Tu na minha almofada, a despentear-me o cabelo, tu de olhos intensos, entrando-me pela alma, descobrindo segredos e acalmando os medos. Olha para os meus olhos. Não para os olhos, para dentro dos olhos. Estás dentro dos meus olhos. És os meus olhos. Menino dos meus olhos. Como em tão pouco tempo soubeste ser os meus olhos. Fazes-me ver arco-íris na tempestade e sorrir entre lágrimas. E sempre que o medo bate à porta, sei que estás do meu lado fazendo força para que ele não entre. De ombro forte contra a porta. Ombro a ombro com os meus medos, és tu o meu herói. E eu a teu lado, no nosso quarto infinito de jardins de perder a vista. É Versailles, Versailles só nossa. É tudo, tudo por viver e descobrir.

Fechas o nosso mundo à chave e atira-la fora. Ficamos nós, longe de tudo, longe dos outros, de todos. Eu e tu é um verbo que gosto de conjugar em nós. Gosto de ficar fechada em ti, gosto de sentir que escrevemos poesia em silêncio, no olhar do outro. O teu mundo é a música, o meu, as palavras. Juntos somos um mundo de versos e linhas e tanto tanto por escrever. Não me deixes a meio do texto.

Comentários

Marina disse…
Ah! alguem voltou a poesia!!
AR disse…
Um beijo louco para a prosa mais poética em forma de menina de olhar doce*
i disse…
está tudo apaixonado por estes dias =)