cobarde

cobarde. deitado na mesinha-de-cabeceira ele espera por ti, empoeirado, esquecido, as palavras interrompidas e a verdade calada. cobarde! interrompeste a tua vida como um livro difícil de ler, baixas as armas, enrolas-te na cama, silencias os sonhos e passas pelos dias de bicos de pés. cobarde! grita, faz barulho, bate com a porta, sai para não voltar. tens medo da ressaca dessa anestesia, de adiar o amanhã de mudar e fazer mais, tens medo de voltar à primeira página e ter de escrever tudo de novo. aproveita agora que o texto está a lápis, a caneta custa mais a escrever por cima.

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