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Uma vez disse-te que eras uma janela. Daquelas com vista para o mar. Com o vidro intacto. Na altura, recordo-me perfeitamente, contei-te que me era tão difícil abrir essa janela. Hoje reparei que já não é so o mar que se vê através dela. Toda a via láctea paira na vidraça. Se te dissesse que o meu amor por ti é uma constelação acreditarias? E se te dissesse que eu não sei de mim?Para onde fui eu?Embaciei os vidros das janelas com as lágrimas que fui limpando com lenços de linho. Enquanto sussurro baixinho uma história que tu não consegues ouvir. Porque secalhar falo mesmo baixo demais. Era uma história cheia de estrelas e sonhos. Tu és o meu sonho. Apenas um pouco mais real que todos os outros. És mais que uma janela, és toda a casa, todas as estruturas que não me deixam cair. Sinto-me tão ridícula. Queria oferecer-te um sorriso, está aqui no meio destas letras. A constelação estrelada do meu sorriso junto ao teu. Constelações vizinha num único e amado céu. Perco-me e imagino-me repetidamente neste céu. Não quero mudar de planeta, quero orbitar em torno do teu mundo, beijar-te em translação e rotação. Amar-te e ouvir-te dizer baixinho alguma coisa. Troco todas as coisas para que não te desiluda. Uso a palavra desculpa quando não tenho nenhuma na manga que exprima este não sentir bem, esta culpa que não passa. Este pensar que incomoda e não abandona. Porque só tenho desculpas.E beijos de amor e amora a enamorar o caminho. Permanece a minha janela.Deixa-me mostrar-te que sou a mesma menina. A dos teus olhos

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